O mais importante no grafite é a expressão. Nesse sentido, é uma arte que humaniza o espaço urbano, dando cor e beleza aos muros da cidade. O grafite é também um grande fator de inclusão social. Em todas as regiões metropolitanas do País, centenas de projetos sociais se utilizam do grafite como forma de inserção de jovens em ações de cidadania. Em São Paulo, se destacam o Projeto Pixote – ONG vinculada a Universidade Federal de São Paulo, a ONG Escola Aprendiz e a ONG Ação Educativa, que tem em sua sede, na Vila Buarque, um Centro de Juventude, onde há um núcleo dedicado ao grafite e que mobiliza centenas de artistas durante a Semana de Cultura Hip Hop, evento anual realizado desde 2001.
Por isso, a Ação Educativa está impulsionando o Projeto de Lei que pede a criação de um Dia do Grafiteiro para a cidade de São Paulo. A data deve ser comemorada todos os dias 27 de março, data do falecimento, em 1987, de Alex Vallauri, pioneiro do grafite no Brasil. Nascido na Etiópia em 1949, filho de italianos, Vallauri foi grafiteiro, pintor, artista gráfico, desenhista, cenógrafo e gravador. Chegou ao Brasil em 1965, em Santos, e logo se transfere para São Paulo. Fez graduação em comunicação visual na FAAP, onde depois se tornou professor. Entre os vários fatos da sua vida, realizou especialização em Estocolmo (Suécia) e, a seguir, iniciou seus trabalhos em grafite em São Paulo. Passou uma temporada em Nova York entre 1982 e 1983 e também participou de três edições da Bienal Internacional de Arte de São Paulo, sendo o primeiro grafiteiro a participar do evento.
Tido como artista de vanguarda, Vallauri não teve oportunidade de se popularizar a exemplo de grafiteiros como Os gêmeos, Binho, Speto, Zezão, Tikka, Nina e tantos outros(as). Nem tampouco conseguiu se consagrar como artista, vindo a falecer com apenas 38 anos. Atribuir o 27 de março como o Dia do Grafite é um duplo reconhecimento: celebra-se a arte e o artista.
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